Licenciado em Jornalismo pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Trabalha como assessor de imprensa e consultor de comunicação.

A descolonização (mediática) da Palestina

A inevitável radicalização da sociedade israelita tem conduzido o país a um progressivo isolamento internacional. O fim da hegemonia mediática israelita são boas notícias para que o Médio Oriente seja finalmente bem compreendido pela generalidade da opinião pública.

Ensaio
24 Setembro 2021

Israel foi fundado a 14 de maio de 1948, mas a ocupação da Palestina com vista à fundação de um Estado constitucionalmente confessional, de natureza colonial e segregacionista, e a correspondente expulsão de milhares de palestinianos, começou bem antes da data da Nakba, nome dado à tragédia palestiniana.

Para consolidar cada metro quadrado de terreno ocupado, Israel normalizou o apartheid e a limpeza étnica, métodos que julgávamos derrotados noutro tempo e noutras paragens, numa aventura colonial que poucas vezes encontrou travão longe dos países e dos povos contra os quais se impôs.

A cobertura mediática e a percepção do conflito têm vindo a mudar ao longo deste período, aproximando, nos anos mais recentes, a maioria da opinião pública da realidade dos factos. Mas ainda estamos longe, muito longe, de quebrar os principais pilares da propaganda sionista, que continua a enviesar a maneira como muitos olham para esta região do planeta.

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Apesar dessa recente e salutar inversão de sentido, é bom recordar que foram demasiadas décadas a consolidar a sua posição, geográfica e propagandística, para que possamos esperar que da noite para o dia se superem os seus efeitos.

Recordemos que, desde a sua fundação, Israel sempre foi um projeto colonial em contraciclo, no sentido que avançou quando a maioria das nações colonizadoras já estavam a ser forçadas a recuar em função do sucesso generalizado das lutas pela independência, quando já eram sólidos os passos para a libertação dos povos sob o jugo da ocupação, seja na Ásia, em África ou na América Central e do Sul. Paradoxalmente, quanto mais sonoras eram as vozes que se levantavam contra o colonialismo, maior parecia ser, a Ocidente, o consenso sobre as virtudes da fundação de um Estado com as caraterísticas de Israel, no coração do Médio Oriente.

No início da ocupação, percorrendo todo o espetro político, poucos perceberam os perigos que esta comportava. Daí que tenha sido sem surpresa que a União Soviética, os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, só para nomear os mais significativos, rapidamente se tenham posto de acordo com a ideia, e optaram pela sempre pragmática reciclagem e aproveitamento dos terroristas sionistas que, por sua iniciativa, já andavam a semear o terror na ecuménica Palestina, em defesa de uma ocupação uni-confessional.

A partir da ação e pensamento de Theodor Herzl, sobretudo do seu Der Judenstaat (O Estado Judeu), publicado em 1895, lançaram-se as bases do que veio a ser o primeiro congresso sionista em Basileia, na Suíça, em agosto de 1897. O projeto sionista descartou nesse congresso as várias hipóteses colocadas em cima da mesa relativamente ao local onde seria fundado o tal Estado uni-confessional com que sonhavam, cujas congeminações o poderiam ter levado para o Chipre, o Congo, o Uganda ou mesmo a Patagónia, na América do Sul.

Israel sempre foi um projeto colonial em contraciclo. Avançou quando a maioria das nações colonizadoras estavam a ser forçadas a recuar por causa das lutas pela independência.

Venceram os ultrarreligiosos e o destino de Israel confirmou-se na Palestina, que se libertava, pouco a pouco, da gestão britânica do seu território. Só até 1939, quando eclode a II Guerra Mundial, realizar-se-iam outros 20 congressos desta organização, mas nenhum com a relevância do primeiro, sobre o qual Herzl fez a síntese dos trabalhos: ”em Basileia eu fundei o Estado Judeu”.

Um dos eixos propagandísticos mais precoces dos sionistas foi a confusão propositada das suas intenções coloniais com os propósitos do Judaísmo, que sempre rejeitou a ideia de um Estado confessional. Com o objetivo de arrastar para o seu projeto todos os judeus, os sionistas sempre alimentaram essa confusão, dando a ideia que Israel era um objetivo unificador e capaz de dar “uma terra sem povo a um povo sem terra”.

Esta narrativa foi repetida, nunca se cansaram de o repetir, mesmo quando todos já sabiam que isto estava longe de ser verdade e que nem a Palestina era uma terra sem povo, nem todo o povo sem terra queria um Estado, inevitavelmente bélico, setário, justificado em seu nome  disposto às maiores atrocidades.

Outro pilar importante da propaganda sionista, sobretudo a partir do final da II Guerra Mundial, foi a utilização do Holocausto como o trauma ideal para justificar cada uma das malfeitorias que estavam dispostos a cometer. Este pilar, definido por Norman Finkelstein como “a cartada do Holocausto”, que tão bem desmontou num famoso debate com os estudantes da Universidade de Waterloo, onde desmascarou a hipocrisia de quem usa o Holocausto do qual foram vítimas como pretexto para perpetrar um genocídio, desta feita como agressores, desta feita contra os palestinianos.

Esta retórica foi acompanhada da transmutação habitual que acontece quando os terroristas são úteis aos falcões do imperialismo, pelo que não foi preciso esperar muito tempo para que trocassem o camuflado das milícias do Irgun, uma milícia do campo radicalizado do sionismo, que já operava durante a ocupação inglesa, por outro mais apresentável. Acabaram de fato e gravata reconhecidos como chefes de Estado ao leme dos desígnios de Israel e com lugar à mesa nas Nações Unidas.

Um exemplo paradigmático desse fenómeno foi Menachem Begin, que antes de ser primeiro-ministro de Israel foi um destacado membro dos esquadrões de morte. Não só organizou e executou o atentado ao Hotel King David, matando 91 britânicos, árabes e judeus, como reivindicou a ação de vários grupos que se dedicavam ao exercício do terror em toda a Palestina.

O atentado contra a refinaria de petróleo de Yafa, o atentado do navio francês Patria, a Black Sunday de Jerusalém, centenas de bombas deflagradas em cafés, mercados, autocarros e hospitais, o atentado nos cinemas Rex ou Alhambra, os ataques em Biyar ‘Adas, Deir Yassin, Rehovot, Lifta, Ramla ou Balad al-Shaykh e os incontáveis ataques que fizeram em Yafa, Telavive ou nas várias das entradas da cidade velha de Jerusalém. São um resumo muito modesto da folha de serviço dos que, como Begin, foram o ventre da ocupação.

Como Estado, Israel tornou-se a máquina repressiva que hoje conhecemos, cada vez com menos máscaras, cada vez com menos capacidade de esconder os seus crimes contra a humanidade, mas sempre fiéis à sua história e coerentes com o seu legado.

Até ao início dos anos 1980 poucos eram ainda aqueles que punham em causa a alegada natureza progressista da ocupação israelita, mas a história começou a inverter-se, sobretudo a partir dos massacres de Sabra e Chatila, uma intervenção militar levada a cabo pela Falange libanesa, uma organização de radicais católicos maronistas, e o exército Israelita, num comando de apoio liderado por Ariel Sharon, que anos mais tarde viria também chegar ao topo do poder em Israel.

Inverteu-se por, ao contrário dos muitos massacres ocorridos até então, estes massacres terem tido uma divulgação mediática sem precedentes, graças, entre outros, ao corajoso trabalho de Robert Fisk, então jornalista da TIME. A revista norte-americana dedicou a capa de 27 de setembro de 1982 aos acontecimentos com o esclarecedor e aterrador título: “Massacre no Líbano, civis palestinianos são abatidos”.

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Capa da revista Time sobre massacre no Líbano
Capa da revista norte-americana TIME de 27 de setembro de 1982

Depois de décadas de massacres, antes e depois da fundação do Estado, foi a primeira vez que uma onda internacional de condenação deixou Israel isolado na cena internacional. Todos viram o que se passou e poucos tiveram pejo de se colocarem ao lado do hediondo exército israelita e da falange libanesa no banho de sangue que provocaram nestes dois bairros de refugiados palestinianos, em Beirute.

Os pilares da propaganda israelita, apesar de terem sentido os primeiros abalos, permaneceram praticamente incólumes e, independentemente da dimensão do horror que todos testemunharam, permaneceram inamovíveis a justificar o injustificável ou a desresponsabilizar Israel dos acontecimentos.

Com o virar do milénio, a propaganda israelita ganhou um novo fôlego, um novo aliado, sobretudo desde os atentados do 11 de Setembro de 2001, em Nova Iorque.

O que depende de uma limpeza étnica para existir não pode ser mascarado, normalizado, adornado ou elogiado como portador da suposta superioridade civilizacional com que Israel sempre se promove.

Os governos dos países alinhados com os EUA passaram a fazer da velha guerra de classes a nova guerra entre civilizações, acicatando o mundo numa espiral de ódio alimentada por vinte anos de guerra no Afeganistão, por uma segunda guerra no Iraque, pelo bloqueio ao Irão, e por toda uma nova semiótica que pôs o mundo islâmico no epicentro de todos os males, mesmo que muitos desses males tenham sido os próprios EUA a instigar.

A deriva islamofóbica do imperialismo caiu no colo e no goto dos generais da ocupação, que enfrentavam com dificuldade os primeiros anos da segunda intifada palestiniana, entre 2000 e 2005. A primeira tinha sido entre 1987 e 1993.

Israel não se fez rogado e plasmou o mesmo discurso dicotómico do “nós” contra “eles”, da “civilização contra a barbárie”, manipulando a opinião pública sobre a origem da violência, nomeadamente sobre a impossibilidade de um projeto colonial poder abrir mão da sua lógica ditatorial para abraçar um vislumbre que fosse de um regime remotamente democrático, que conduziria, mais cedo ou mais tarde, ao recuo da ocupação.

O que depende de uma limpeza étnica para existir não pode, ou não devia poder, ser mascarado, normalizado, adornado ou elogiado por ser portador da suposta superioridade civilizacional com que Israel sempre se promove.

Nos anos mais recentes, fruto de ter canalizado os colonos mais religiosos para Jerusalém e os mais liberais para Telavive, Israel desenvolveu também outros pilares relevantes da sua novilíngua, nomeadamente aquele que diz respeito ao propalado respeito pela comunidade LGBT.

Quem conhece ou estuda Israel sabe da sua experiência em recriar bantustões, guetos onde limita o espaço de manobra da população que se está a expulsar, pelo que esse suposto respeito apenas acontece em alguns bairros de Telavive. Esta comunidade, infelizmente, continua a ter que ser muito discreta em praticamente todas as cidades ocupadas, alvo dos desafios que enfrenta um pouco por todo o mundo, mas que são particularmente difíceis nas partes ocupadas de Jerusalém e de Hebron, convertidas no destino dos colonos mais radicalizados.

O pinkwashing, expressão bem conseguida pelo próprio movimento LGBT fora de Israel, é um mecanismo através dos quais Israel procura manter um elevado grau de aceitação, um certificado de tolerância e modernidade numa região que não se cansa de caricaturar como intolerante e medieval. Exemplos disso são o investimento na cultura pop (festival da Eurovisão) e no desporto (modalidades olímpicas, na seleção e nos vários clubes de futebol para terem visibilidade internacional).

Ora, que sentido libertador há na liberdade sexual, na cultura ou no desporto se estas dependerem de um exército, de um colonato e de um bantustão?

A ocupação não se limitou à Palestina, pelo que Israel a ensaiou contra todos os Estados vizinhos, com particular enfoque no Líbano, país onde poucas vezes foi capaz de consolidar uma liderança dócil face às suas intenções.

Na última guerra entre Israel e o Líbano, da qual Telavive saiu copiosamente derrotada, o enviesamento foi evidente em toda a cena mediática, e poucos conseguiram, à data, romper com o bloqueio informativo.

George Galloway, antigo membro do parlamento britânico, foi uma das exceções: chegou ao horário nobre da Sky News para um dos melhores momentos televisivos de denúncia da dualidade de critérios da cobertura mediática sobre os factos no terreno e da inversão consciente de responsabilidades.

Quem nos dias de hoje, em que o vento começa a mudar relativamente à inimputabilidade de Israel, ler notícias sobre o assunto pode facilmente perceber que se normalizou o valor desigual das vidas consoante o lado da ocupação. De um lado há nomes, do outro apenas números. A vítima é apresentada sem o menor pudor como agressor e o agressor como vítima.

Poucos falam do poderio militar israelita, das contradições no interior da sociedade colonial, do racismo colossal (mesmo dos diferentes tipos de “pureza” judaica), do bunker ultrarreligioso em que está transformado Jerusalém Ocidental, dos quotidianos assassinatos seletivos, das prisões e detenções ilegais, da prisão perpétua, dos fuzilamentos sumários. Em suma, do sem fim de horrores dos factos com que Israel tem definido Israel.

O investimento na propaganda e na guerra mediática tem vindo a aumentar porque o ocupante sabe que está a perder a guerra pela opinião. Sabe que cada vez é mais difícil apresentar Israel como aquilo que Israel nunca foi. Que cada um dos pilares da sua propaganda tem vindo a abrir fissuras fundamentais para que venham a ruir, para que possamos descolonizar o terreno mediático da toxicidade da propaganda, ainda que a um preço muito elevado, invariavelmente pago com a vida do povo palestiniano.

Prestemos atenção ao caso concreto do último castigo militar em Gaza. Ficou claro que tudo começou com as provocações na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, com fiéis desarmados a serem atacados pelo exército. Tinham apenas a intenção de manter o governo de Benjamin Netanyahu no poder, mesmo que sem a legitimidade do simulacro eleitoral, de forma a contornar a investigação das suspeitas de corrupção que caiam sobre si.

O investimento na propaganda e na guerra mediática tem vindo a aumentar porque o ocupante sabe que está a perder a guerra pela opinião.

Não obstante, rapidamente os média que ainda se alinham com Israel trataram de resumir o assunto em mais uma ronda da guerra entre o Hamas e Telavive, na esperança de que a solidariedade inédita que se fazia sentir relativamente à Palestina se diluísse no brandir de velhos fantasmas.

Israel, porém, está cada vez mais refém de si próprio fruto da radicalização da sua ação colonial. Se é verdade que a cada ano que passa as fronteiras do Estado de Israel avançam sobre a Palestina e que a Palestina está reduzida a um queijo suíço de cidades rodeadas por muros guardados por um dos exércitos mais poderosos do planeta, também é verdade que as fronteiras da causa palestiniana cresceram bem para lá dos países islâmicos. Chegou mesmo, com muito significado, aos países ocidentais e mesmo à comunidade judaica espalhada pelo mundo.

Nos EUA e no Canadá, as manifestações de massas tiveram presença significativa da comunidade judaica e organizações como os “Judeus pela Paz” alargaram a sua capacidade de ação em países como a França.

Em sentido contrário, Israel viu centenas de artistas e cientistas aderirem ao boicote cultural e académico, confrontou-se com os seus embaixadores a serem vulgarizados em horário nobre na BBC, conforme aconteceu à embaixadora israelita para o Reino Unido, Tzipi Hotovely, na entrevista do Hard Talks, da BBC. Alguém imagina, há alguns anos, uma entrevista num meio de comunicação de massas de Reino Unido, França, Alemanha ou EUA com a dureza que demonstrou Stephen Sakur?

A dinâmica mediática sobre o tema, apesar de ter mudado muito, ainda mantém aquilo que podemos chamar do ciclo da resistência e do ciclo da ocupação.

Vejamos o caso dos seis prisioneiros foragidos da prisão de alta segurança de Gilboa, rapidamente transformados em mártires da causa palestiniana. Foi evidente o desconforto de Israel, que depende da perceção de invencibilidade para se manter incólume, ao empolar a caça ao homem e procurando provocar um efeito desmoralizador no campo palestiniano durante a recaptura de quatro dos seis foragidos.

A imagem do buraco escavado por uma colher, difundida por Israel com o objetivo de demonstrar a fragilidade alheia, transformou-se num símbolo da resistência palestiniana; contrariou a noção das probabilidades, provou que Israel pode ser derrotado até com o labor de uma colher de sopa enferrujada.

A aparente fragilidade dos fugitivos, afinal, estava pejada de força simbólica, mas a cegueira da propaganda israelita não estava capaz de ver o erro cometido com a difusão das imagens e, ao invés de demonstrar a fraqueza de quem combate, acabou por revelar a sua própria incapacidade.

Entre o ciclo da resistência e os ciclos da ocupação há também o ciclo do silenciamento, onde o assunto desaparece durante meses a fio da agenda dos principais meios de comunicação. Não porque não haja novos elementos de análise, mas por esses novos elementos de análise serem invariavelmente desfavoráveis a Israel. O quotidiano da ocupação nunca é notícia. Podemos perceber que, mesmo nesta nova situação mediática, Israel continua ainda assim a tirar mais partido dos velhos mecanismos da sua propaganda do que quem está dedicado à batalha pela informação, a fazer o necessário contrafogo.

Quando aqui e ali os meios de comunicação assumem as dores das vítimas palestinianas, Israel clama por imparcialidade, pela equidistância analítica com que procura garantir a continuidade do exercício censório.

Os jornalistas não podem tratar a questão israelo-palestiniana apenas como tema regional ou nacional. Devem fazê-lo como causa da humanidade.

Alguém, pleno de juízo, se lembraria de pedir imparcialidade e equidistância analítica aos jornalistas que tiveram a coragem de se aproximarem dos campos de concentração nazis? Ou na cobertura do apartheid sul-africano? Ou nas reportagens sobre o massacre dos tutsis no Ruanda? Ou na repressão da Indonésia em Timor? Ou na divulgação do comportamento de Mubarak, então presidente do Egipto, quando tentou travar a Primavera Árabe? Sabemos bem que a imparcialidade face à injustiça é uma forma de conivência, e onde floresce a conivência, devemos não esquecer, morre o jornalismo.

No tempo que vivemos, para manter a pressão positiva que tem vindo a ser exercida, é fundamental quebrar a rotina dos referidos ciclos, cada um dos pilares da propaganda colonial e garantir um fluxo de informação constante, uma espécie de observatório permanente sobre a realidade na Palestina.

Os jornalistas devem a si próprios e aos leitores a capacidade de manter o tema vivo, conforme se conseguiu relativamente a outros conflitos, noutros tempos e espaços da História. A vitória ou a derrota da ocupação israelita não é indiferente às vitórias e às derrotas do conjunto da sociedade.

A imprensa livre, a liberdade de expressão e a circulação de bens e pessoas, o cumprimento dos direitos humanos, o fim dos bloqueios comerciais, culturais e científicos, a sonegação de bens essenciais, a perseguição étnica e religiosa, a segregação, a limpeza étnica, não podem vencer na Palestina apenas porque respeitamos o direito dos palestinianos à sua autodeterminação.

Não pode ser tratado jornalisticamente apenas como uma questão regional ou nacional, mas como uma questão da humanidade, causa ao lado da qual os jornalistas que não abriram mão de ser jornalistas devem fazer questão de se alinhar.