O perigo da extrema-esquerda-radical
Uma coisa temos como garantida: Mariana Mortágua e Paulo Raimundo são perigosos extremistas de extrema radicalidade. O que não falta é gente moderada, em claro número superior em toda a área de comentariado, que não hesita em qualificar todas as suas ideias como extremistas e de as comparar às do Chega.
Já começaram os debates, e uma coisa temos como garantida: Mariana Mortágua e Paulo Raimundo são perigosos extremistas de extrema radicalidade.
Como é que é possível haver gente que acha normal (democrático, até!), que o Raimundo proponha que os €1600 milhões que são perdidos em benefícios fiscais para grandes empresas e fundos imobiliários, sejam aplicados na mesma medida para aumentar as pensões? Completamente desfasado da realidade, ignorando as vidas desgraçadas dos CEOs e accionistas em causa.
E perdoem-me a perplexidade, mas o que é que os pensionistas produzem para o país para além de contribuírem ligeiramente para o mercado dos medicamentos para a tensão alta? Exacto, nada. Mas, por isso mesmo, para contrariar o peso que os velh… ai, os pensionistas, são para a sociedade, a Iniciativa Liberal, por exemplo, tem no seu programa propostas a que chama de “envelhecimento activo”. O objectivo é que os velh… ai, os reformados, deixem de o ser e voltem a trabalhar, para continuarem a produzir riqueza para o país, de preferência até morrerem, para assim irem desta para melhor com dignidade. Esta ideia parece-me genial, visto que mata dois velh… ai, coelhos de uma cajadada. Corta-se nas pensões, e não nos benefícios fiscais, e aquelas pessoas ainda se fazem úteis para a sociedade, criando riqueza para os patrões.
Mas o Raimundo e a Mortágua, como extremistas radicais que são, claro que querem o oposto disto. A bloquista chega ao absurdo, vejam bem, de propor aumentar o número de dias de férias e a semana de trabalho passar a ter uns singelos 4 dias. Eu, por causa do politicamente correcto, já me vou abster de dizer o que acho sobre o fim do trabalho infantil e a invenção do “fim-de-semana”, mas estas propostas do BE são de bradar aos céus. Desculpem lá, mas quem é que arca com o trabalho que fica por fazer, tudo o que é para produzir com a máxima urgência? Os CEOs? Era o que mais faltava, as pessoas mais competentes da empresa ainda terem de trabalhar.
Como estas propostas, há outras insanidades como pôr tectos às rendas, limitar o AL, investir no SNS em vez de dar dinheiro directamente aos privados, aumentar o orçamento do Estado para a Cultura (um dia ainda me vão conseguir explicar porque é que não está sujeita apenas ao mercado), tomar medidas para combater as “alterações climáticas, entre muitas outras alucinações.
Felizmente, o que não falta é gente moderada, em claro número superior em toda a área de comentariado, que não hesita em qualificar todas estas ideias como extremistas e de as comparar a ideias do Chega, como fazer uma cerca sanitária a uma etnia, ou voltar a criminalizar o aborto. É muito importante que nós, moderados e democratas, nunca nos esqueçamos dos interesses que estamos verdadeiramente a servir e que bloqueemos todas estas tentativas de “melhorar” as condições de vida de quem faz com o que mais ricos sejam cada vez, a cada dia, ainda mais ricos.