Com apenas cinco meses de existência, o Setenta e Quatro caminha a passos largos para o meio milhão de visitas. Desvendámos esquemas de corrupção, infiltrámo-nos num grupo de extrema-direita, trouxemos alguma luz sobre o submundo das práticas de conversão sexual e levámos aos ecrãs de quem nos lê ensaios aprofundados sobre temas pouco explorados. Neste artigo destacamos os dez conteúdos mais lidos até agora.
As práticas de conversão de orientação sexual são feitas às escondidas por psicólogos, líderes religiosos e ditos conselheiros. Os jovens LGBT são os alvos preferenciais e sofrem em silêncio. Miguel Salazar, jovem LGBT submetido a estas práticas, deu uma entrevista ao Setenta e Quatro em que conta a sua história. E quando a homossexualidade era considerada uma doença? Contamos também duas histórias marcantes dessa época, ainda durante o Estado Novo.
Na série Testa de Ferro mergulhámos a fundo numa fuga de informação de mais de 1000 documentos, que a SIC obteve e partilhou com o Setenta e Quatro, sobre o universo imobiliário de Luís Filipe Vieira (podes ler aqui, aqui, aqui e aqui). O império empresarial do antigo presidente do Benfica nunca teria sido construído sem a ajuda do BES, de Ricardo Salgado. E ainda não acabou: voltaremos à carga em 2022, com novas peças sobre o tema.
O Setenta e Quatro esteve três meses infiltrado na secção portuguesa dos Proud Boys, um grupo de extrema-direita norte-americano que se internacionalizou até chegar a Portugal. O jornalista conheceu os seus líderes, a sua estrutura interna e o processo de recrutamento. Fez o juramento de membro de pleno direito e foi nomeado responsável pelos recrutas. Também contamos a história deste grupo até se transformar numa rede internacional de extrema-direita.
Neste ensaio, o antropólogo Pedro Varela escreve sobre um dos financiadores do Chega, João Maria Bravo. “Bico”, como é conhecido o financiador do partido de extrema-direita, é dono do grupo Sodarca, ligado ao lóbi das armas.
A série (podes ler os textos aqui e aqui) foi um dos conteúdos de lançamento do Setenta e Quatro. A jornalista Rafaela Cortez escreveu sobre como o rendimento social de inserção tem estado sob ataque da direita desde a sua criação; contudo, a entrada do Chega na Assembleia da República colocou esta importantíssima, mas insuficiente, medida contra a pobreza novamente no debate público. A Rafaela traçou a história do RSI e fez as contas, desconstruindo mitos.
Neste importante ensaio, os investigadores da Universidade de Lisboa Lea Heyne e Luca Manucci fizeram uma radiografia sobre o eleitorado de extrema-direita ibérica; mais concretamente do Chega e do VOX. Desfazem um mito muito propagado na sociedade portuguesa: os eleitores destes partidos não são economicamente mais vulneráveis nem velhos nostálgicos.
A historiadora Irene Pimentel escreveu-nos um ensaio sobre o seu tema de especialização: a polícia política do Estado Novo. Nunca é demais recordarmos o que foi, como atuava e para que servia esta polícia política ao serviço do fascismo português.
Os criadores do Jovem Conservador de Direita, Bruno Henriques e Sérgio Duarte, explicam-nos como fazem humor, de uma forma consciente, a partir do ponto de vista do oprimido. O alvo é o sistema racista, homofóbico e desigual em que vivemos.
A jornalista Clara Drummond fez uma entrevista ao famoso humorista brasileiro Gregório Duvivier. Refletiram sobre poder e a situação política no Brasil, dos nuances do humor e dos limites da boa educação, do perigo do moralismo e da narrativa da esquerda.
Neste artigo a jornalista do Setenta e Quatro Isabel Lindim traz-nos, talvez, uma das peças mais completas sobre a escassez de água em Portugal, a partir do caso de Odemira. Este concelho alentejano é o maior exemplo que temos nos país de como o Estado não está a combater devidamente as alterações climáticas.
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